Mudança nas regras de primeiros socorros redefine ação em casos de engasgo

Homem demonstra técnica de desengasgo em bebê usando boneco de treinamento, aplicando pancadas nas costas conforme novas recomendações internacionais.
Nova diretriz internacional orienta aplicar cinco pancadas nas costas antes das compressões torácicas em casos de engasgo de bebês. (Foto: MishaelPervak/Adobe Stock)

A American Heart Association (AHA) atualizou suas diretrizes oficiais de primeiros socorros, reanimação cardiopulmonar (RCP) e emergências cardiovasculares.

A principal mudança, publicada em outubro, altera o procedimento de desengasgo, a tradicional manobra de Heimlich agora deve ser precedida por pancadas nas costas, tanto em bebês quanto em crianças e adultos conscientes.

Bebês

Para bebês menores de um ano, o novo protocolo determina alternar cinco pancadas nas costas e cinco compressões no peito com a base da palma da mão, até que o corpo estranho seja expulso ou até que o bebê perca a consciência.

A AHA orienta que a manobra só seja iniciada se o bebê não conseguir tossir, chorar ou respirar. Ele deve ser posicionado de bruços sobre o antebraço, com a cabeça mais baixa que o corpo.

Após as cinco pancadas entre as escápulas, o bebê deve ser virado e receber cinco compressões torácicas no centro do peito.

“Alterne os dois movimentos até o objeto sair ou o bebê perder a consciência. Não introduza os dedos na boca se o corpo estranho não estiver visível”, diz a AHA.

Se o bebê desmaiar, deve-se iniciar a reanimação cardiopulmonar (RCP) com 30 compressões torácicas e duas ventilações.

Crianças e adultos

Em crianças maiores de um ano e adultos, o procedimento começa verificando se há obstrução total das vias aéreas.

Caso a vítima não consiga tossir, emitir sons ou respirar, deve-se aplicar cinco pancadas firmes nas costas, com o calcanhar da mão, enquanto a pessoa está levemente inclinada para frente.

Se o objeto não for expelido, devem ser feitas cinco compressões abdominais (manobra de Heimlich), com o punho fechado entre o umbigo e o osso do peito.

O socorrista deve alternar as pancadas e compressões até que o corpo estranho seja expulso ou a vítima perca a consciência. Nesse caso, o atendimento deve seguir o ritmo tradicional da RCP, 100 a 120 compressões por minuto.

Incentivo à capacitação

No comunicado, a AHA reforça a importância de aprender RCP para agir com segurança em emergências.

“Sabemos que a RCP de alta qualidade salva vidas e precisamos de apoio dedicado para garantir que todos que precisam de RCP de alta qualidade a recebam. Isso começa com o aprendizado. Incentivamos todos a fazerem um curso de RCP para aprender as habilidades e técnicas necessárias para prestar cuidados que salvam vidas em uma emergência”, disse Ashish Panchal, presidente voluntário do Comitê Científico de Cuidados Cardiovasculares de Emergência da AHA e professor da Universidade Estadual de Ohio.

As novas diretrizes serão publicadas nos periódicos Circulation, da AHA, e Pediatrics, da American Academy of Pediatrics.

Espia mais:

Compartilhe esta notícia com quem precisa saber disso

Deixe um comentário