Manaus já contabiliza 1.826 casos novos de tuberculose ativa em 2025, segundo dados da Secretaria Municipal de Saúde (Semsa). A doença infecciosa e transmissível, causada pelo Mycobacterium tuberculosis ou Bacilo de Koch (BK), atinge prioritariamente os pulmões e tem como principal sintoma a tosse persistente por duas semanas ou mais, além de febre vespertina, sudorese noturna e emagrecimento.
Além do tratamento da doença ativa, o município também oferece o tratamento preventivo para pessoas diagnosticadas com infecção pelo bacilo, mas que ainda não desenvolveram a tuberculose ativa. De janeiro a julho deste ano, 1.027 tratamentos preventivos foram realizados.
A chefe do Núcleo de Controle da Tuberculose da Semsa, enfermeira Eunice Jácome, explica que o tratamento é indicado após a realização do teste tuberculínico ou PPD, disponível em 55 unidades de saúde.
“O teste avalia se a pessoa já teve contato com o bacilo da tuberculose, mesmo que não apresente sintomas da doença. O objetivo desse teste específico não é diagnosticar a tuberculose ativa, mas sim a infecção, que é quando a bactéria está no organismo, porém ‘adormecida’, sem causar doença”, afirma.
De acordo com a enfermeira, em 2023 apenas 16 unidades ofertavam o exame, número ampliado nos últimos anos para facilitar o acesso da população.
Em 2024, foram realizados 8.968 testes e 2.250 tratamentos preventivos. Em 2025, até julho, já foram feitos 6.243 exames para identificar a infecção.
Caso o teste aponte infecção pelo bacilo, é feita a investigação para saber se o paciente tem a doença ativa.
“Quando há apenas a infecção, significa que organismo do paciente vem conseguindo lidar com o bacilo e evitar a manifestação da tuberculose ativa. Mas, no caso de o paciente apresentar algum comprometimento no sistema imunológico no futuro, a infecção vai se tornar doença ativa. Por isso, o tratamento preventivo é tão importante”, alerta Eunice Jácome.
O exame consiste na aplicação de uma pequena quantidade da substância PPD sob a pele do antebraço. Entre 48 e 96 horas após a aplicação, o paciente retorna à unidade para a leitura do resultado.
O teste é indicado especialmente para pessoas que convivem com casos ativos da doença, para pessoas vivendo com HIV/Aids ou com condições que afetam a imunidade, e antes do início de medicamentos imunossupressores.
“Além de permitir detectar a infecção e iniciar o tratamento preventivo, protegendo a saúde do paciente, o teste tuberculínico é fundamental por contribuir com a quebra da cadeia de transmissão da tuberculose na comunidade. A estimativa é que uma pessoa com tuberculose ativa, sem tratamento, pode infectar dez outras pessoas durante o período de um ano”, afirma.
O tratamento preventivo tem duração de três meses, com medicamentos administrados semanalmente. Já a terapia para casos ativos dura pelo menos seis meses.
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