As acusações que motivaram investigação comercial do governo Trump contra o Brasil

O governo dos Estados Unidos, sob comando de Donald Trump, anunciou oficialmente a abertura de uma investigação comercial contra o Brasil, alegando práticas “desleais” que restringiriam o comércio americano. O procedimento, um dos instrumentos mais duros da política comercial dos EUA, pode abrir caminho para novas tarifas sobre produtos brasileiros além dos 50% já anunciados pelo republicano.

A ordem partiu do próprio Trump, que relacionou o movimento às decisões do Supremo Tribunal Federal (STF) contra o ex-presidente Jair Bolsonaro e a supostos prejuízos sofridos por empresas de mídia social dos EUA no Brasil.

Em comunicado oficial, o embaixador do comércio dos EUA, Jamieson Greer, detalhou as práticas brasileiras que motivaram a investigação.

“O USTR detalhou as práticas comerciais desleais do Brasil, que restringem a capacidade dos exportadores americanos de acessar seu mercado há décadas, no Relatório Nacional de Estimativa de Comércio (NTE). Após consultar outras agências governamentais, consultores credenciados e o Congresso, determinei que as barreiras tarifárias e não tarifárias do Brasil merecem uma investigação completa e, potencialmente, uma ação corretiva”, escreveu Greer no comunicado.

  • Comércio digital e serviços de pagamento eletrônico: o Brasil seria acusado de criar ambiente hostil para empresas americanas que se recusam a “censurar” discursos políticos, numa referência velada às decisões do STF que puniram plataformas digitais como Rumble e Truth Social.
  • Tarifas preferenciais: o Brasil aplicaria tarifas mais baixas para países concorrentes, o que prejudicaria as exportações dos EUA.
  • Fiscalização anticorrupção: os EUA acusam o Brasil de falhar em promover transparência e medidas efetivas contra a corrupção.
  • Proteção à propriedade intelectual: o Brasil seria omisso na proteção de direitos de propriedade intelectual, afetando empresas americanas de tecnologia e criatividade.
  • Etanol: o Brasil teria elevado de forma significativa a tarifa sobre o etanol importado dos EUA.
  • Desmatamento ilegal: segundo os americanos, o Brasil não consegue aplicar suas próprias leis contra o desmatamento, prejudicando produtores de madeira e agrícolas americanos.

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