Morreu nesta sexta-feira (23), aos 66 anos, o sambista Arlindo Cruz, um dos maiores compositores de sua geração. Ele estava afastado dos palcos desde 2017, quando sofreu um Acidente Vascular Cerebral (AVC) durante o banho. A morte foi confirmada pela família nas redes sociais do artista.
“Com imenso pesar, a família e a equipe de Arlindo Cruz comunicam seu falecimento. Mais do que um artista, Arlindo foi um poeta do samba, um homem de fé, generosidade e alegria, que dedicou sua vida a levar música e amor a todos que cruzaram seu caminho”, diz o comunicado.
Arlindo deixa três filhos, Arlindinho e Flora Cruz, frutos do casamento com Babi Cruz, e Kauan Felipe.
Carreira e legado
Arlindo Domingos da Cruz Filho nasceu e foi criado em Madureira, no subúrbio do Rio, bairro que se tornou inspiração para muitas de suas composições. Filho de Arlindão, cresceu cercado por rodas de samba e músicos como Candeia, com quem gravou seu primeiro disco como cavaquinista, em 1975, aos 17 anos.
Na década de 1970, foi um dos fundadores da roda de samba do Bloco Carnavalesco Cacique de Ramos, ao lado de nomes como Jorge Aragão, Almir Guineto, Zeca Pagodinho, Marquinhos Satã, Luiz Carlos da Vila, Sombrinha e Jovelina Pérola Negra. Foi nesse período que Arlindo introduziu o banjo como instrumento no samba, marca que se tornou característica do gênero.
Últimos trabalhos e homenagens
O último samba-enredo assinado por Arlindo foi “Silas canta Serrinha”, para o Império Serrano, em 2016. Em 2023, a escola homenageou o compositor no Carnaval com o enredo “Lugares de Arlindo”, levando-o para a avenida no último carro, ao lado da esposa, Babi Cruz, com quem foi casado por 35 anos.
Após o AVC, Arlindo ficou acamado, com limitações motoras e cognitivas, e precisou se afastar da música. Desde então, passou por internações e manteve o carinho dos fãs e da comunidade do samba, que seguiu celebrando sua obra.
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