Trump tira tarifa de 40% de produtos do Brasil; confira o que continua taxado

Contêineres de carga sendo movimentados em terminal logístico com um avião sobrevoando, representando exportações brasileiras afetadas por tarifas dos EUA.
Movimentação de contêineres em área portuária representa o impacto das tarifas no comércio internacional. (Foto: Freepik)

Os Estados Unidos retiraram, nesta quinta-feira (20), a tarifa adicional de 40% sobre parte dos produtos brasileiros, como carne bovina, café, açaí, cacau e frutas tropicais. A medida foi publicada pela Casa Branca uma semana após o governo Donald Trump suspender também a taxa de reciprocidade de 10% sobre 200 mercadorias aplicadas a diversos países.

A decisão reduziu o impacto para setores do agronegócio, mas manteve a tarifa extra sobre itens industrializados, que seguem pagando 40% para entrar no mercado norte-americano.

O que ainda está no tarifaço

Os produtos abaixo permanecem com a tarifa adicional de 40%:

  • máquinas
  • motores
  • calçados
  • móveis
  • café solúvel
  • pescados
  • mel

Esses itens continuam classificados pelo governo americano como sensíveis dentro do decreto que instituiu a sobretaxa.

O que saiu do tarifaço

Deixam de ser taxados em 40% e voltam às condições anteriores de importação:

  • carne bovina (todas as categorias)
  • café verde, torrado e derivados
  • frutas frescas, congeladas e processadas (banana, laranja, manga, abacaxi, açaí)
  • cacau e derivados
  • especiarias (pimenta, gengibre, canela, cúrcuma e outras)
  • raízes e tubérculos, incluindo mandioca em todas as formas
  • sucos e polpas de frutas
  • fertilizantes (ureia, nitratos, potássicos, fosfatados)

A retirada da tarifa vale para produtos que chegaram aos EUA a partir de 13 de novembro, data que coincide com a reunião entre o chanceler brasileiro Mauro Vieira e o secretário de Estado norte-americano Marco Rubio.

Decisão é específica para o Brasil

Diferentemente da ordem executiva da semana anterior, que tinha alcance global, a retirada do tarifaço anunciada na quinta-feira vale exclusivamente para o Brasil.

No texto, Trump cita a conversa telefônica com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, ocorrida em 6 de outubro, afirmando que a mudança resulta do avanço nas negociações entre os dois países.

O presidente dos EUA declara que os ajustes são “necessários e apropriados” diante da emergência nacional definida no Decreto Executivo 14.323.

Reação do governo brasileiro

O governo federal comemorou a decisão. Lula afirmou estar “muito feliz” com a redução das tarifas e declarou que seguirá buscando “diálogo e racionalidade” para derrubar as demais cobranças ainda válidas sobre produtos brasileiros.

Para o Itamaraty, o anúncio representou um avanço por reconhecer o andamento das negociações e por considerar a data retroativa ao encontro entre Rubio e Mauro Vieira.

O secretário de Comércio e Relações Internacionais do Ministério da Agricultura, Luis Rua, considerou a medida positiva para a competitividade dos produtos nacionais no mercado americano.

Impacto sobre exportadores

A retirada da tarifa sobre o café e a carne bovina foi considerada um alívio para produtores e exportadores. Os Estados Unidos são o principal destino das exportações de café do Brasil, respondendo por cerca de 16% do total.

Segundo o Cecafé, as importações americanas caíram pela metade entre agosto e outubro por causa da sobretaxa.

No caso da carne bovina, os EUA eram o segundo maior comprador do Brasil antes do tarifaço, absorvendo cerca de 12% do volume exportado.

A Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carnes (Abiec) afirmou que a decisão ajuda a manter condições equilibradas no comércio internacional.

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