Indústrias brasileiras dobram uso de inteligência artificial entre 2022 e 2024

Trabalhadora opera sistema automatizado com apoio de robô industrial em fábrica brasileira.
Uso de inteligência artificial cresceu de 16,9% em 2022 para 41,9% em 2024 nas indústrias brasileiras. (Foto: Shutterstock)

O percentual de empresas industriais que utilizam Inteligência Artificial (IA) mais do que dobrou em dois anos no Brasil. De acordo com a Pesquisa de Inovação Semestral (Pintec Semestral), divulgada nesta terça-feira (24), a proporção passou de 16,9% em 2022 para 41,9% em 2024, crescimento de 25 pontos percentuais.

Digitalização nas empresas

O levantamento, realizado em parceria com a Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial (ABDI) e a Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), mostra que em 2024 todas as 10.167 empresas industriais com 100 ou mais trabalhadores utilizaram informação digital em alguma de suas áreas.

Mais de 90% tinham processos digitalizados em funções administrativas, de comercialização, logística, produção ou desenvolvimento de produtos.

Na área administrativa, a digitalização já alcança quase a totalidade das empresas (99,4%). Em comercialização e logística, os percentuais são de 95% e 94,4%, respectivamente.

Tecnologias em destaque

Além da Inteligência Artificial, outras tecnologias digitais avançadas foram mapeadas. A computação em nuvem foi a mais utilizada (77,2% em 2024), seguida pela internet das coisas (50,3%), robótica (30,5%) e análise de Big Data (27,8%).

A IA, embora não seja a mais empregada, foi a que registrou maior avanço. As áreas com maior uso foram administração (87,9%), comercialização (75,2%) e desenvolvimento de projetos (73,1%).

Já a manufatura aditiva (impressão 3D) foi aplicada por 20,3% das empresas, com uso concentrado em produção, logística e desenvolvimento de novos produtos.

Benefícios e desafios

O estudo aponta que 90,3% das empresas perceberam aumento de eficiência com o uso de tecnologias digitais, enquanto 89,5% destacaram maior flexibilidade em processos.

Também foram citados ganhos em relacionamento com clientes e fornecedores (85,6%) e maior capacidade de inovação (74,7%).

Apesar dos avanços, ainda há barreiras. Entre as principais dificuldades estão os altos custos das soluções tecnológicas (78,6%) e a falta de pessoal qualificado (54,2%). Nas empresas que não adotaram nenhuma das tecnologias, esse último fator foi ainda mais relevante, alcançando 60,6%.

Teletrabalho e segurança da informação

A adoção do teletrabalho caiu de 47,8% em 2022 para 42,9% em 2024, especialmente fora das áreas administrativas.

No campo da segurança digital, 85,7% das empresas implementaram medidas de proteção em 2024, principalmente o uso de antivírus (98,4%). Também cresceram práticas como criptografia de dados (68,2%) e backup em dispositivos separados (94,9%).

*Com informações do IBGE

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