O escritor amazonense Milton Hatoum foi eleito, nesta quinta-feira (14), para a Cadeira nº 6 da Academia Brasileira de Letras (ABL), vaga aberta após a morte do jornalista e acadêmico Cícero Sandroni. Foi a primeira vez que o autor concorreu a uma vaga de “imortal” e ele venceu a eleição com 33 votos, contra um voto recebido por Antônio Campos.
Hatoum nasceu em 19 de agosto de 1952, em Manaus (AM), e é considerado um dos principais nomes da literatura brasileira contemporânea. Escritor, professor e tradutor, publicou oito livros, entre eles Dois Irmãos, que ganhou adaptação como minissérie da TV Globo em 2017 e lhe rendeu um Prêmio Jabuti, Relato de um Certo Oriente e Cinzas do Norte.
Além de Hatoum e Campos, também concorreram à vaga Eduardo Baccarin-Costa, Cezar Augusto da Silva, Paulo Renato Ceratti e Angelos D’Arachosia.
O presidente da ABL, Merval Pereira, afirmou que Hatoum é “o maior escritor brasileiro vivo e um romancista de primeira ordem”, ressaltando que o autor já colabora com a Revista Brasileira e agora terá mais espaço para contribuir.
O acadêmico Ruy Castro destacou que a eleição traz “um grande romancista, representante de uma geração de ficcionistas” e que a Academia “sempre teve gente de diversas origens, de todos os lugares”.
Para a acadêmica Miriam Leitão, que participou pela primeira vez de uma eleição na ABL, Hatoum “chega trazendo todos os ecos do Brasil. Um Brasil que vem da Amazônia. A literatura dele é riquíssima, belíssima”.
Trajetória
Hatoum viveu em várias cidades e países ao longo da carreira. Mudou-se para Brasília em 1968 e, na década de 1970, morou em São Paulo, onde se formou em arquitetura na USP.
Lecionou história da arquitetura, literatura francesa e foi colunista em veículos como O Estado de S. Paulo e O Globo.
Atuou como professor visitante em universidades como Berkeley, Sorbonne, Yale e Stanford, além de participar de seminários e conferências em instituições na Europa, América do Norte e Oriente Médio.
*Com informações do G1
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