COP30: Cacique Raoni cobra Lula sobre promessa de demarcação de terras indígenas

Lula aperta a mão do cacique Raoni durante encontro com lideranças indígenas
Lula cumprimenta o cacique Raoni durante encontro com lideranças indígenas. (Foto: Ricardo Stuckert/PR)

O cacique kayapó Raoni Metuktire cobrou do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) o cumprimento da promessa feita durante a posse presidencial, em 2023, sobre a demarcação de todas as terras indígenas no país.

A fala ocorreu durante a COP30, em Belém, e foi enviada em vídeo à BBC News Brasil.

Raoni afirmou que apenas parte dos territórios foi demarcada desde o início do mandato. “Você já demarcou alguns territórios indígenas, mas alguns ainda não foram demarcados”, disse, pedindo que o governo avance no processo.

O líder indígena disse lembrar das palavras feitas por Lula ao convidá-lo para subir a rampa do Planalto na cerimônia de posse, em 1º de janeiro de 2023.

Durante a declaração, Raoni reforçou que a demarcação é essencial para a preservação de florestas e rios e para a segurança das comunidades indígenas.

Ele pediu que o presidente dê atenção às demandas e conclua os processos pendentes.

Raoni foi uma das oito pessoas que participaram da subida da rampa do Planalto durante a posse presidencial, representando diferentes segmentos da sociedade.

A presença dele simbolizou a expectativa de retomada das pautas ambientais e indígenas no governo federal.

Reconhecido internacionalmente por sua atuação, o cacique já foi indicado ao Prêmio Nobel da Paz em 2020 e recebeu o título de Membro Honorário da União Internacional para a Conservação da Natureza (UICN) em 2021.

Sua trajetória ganhou projeção após a gravação do documentário Raoni, nos anos 1970, dirigido pelo cineasta belga Jean-Pierre Dutilleux e narrado, na versão internacional, pelo ator Marlon Brando.

Apesar da aproximação com Lula durante a posse, Raoni já fez críticas aos governos petistas no passado.

Em entrevista à BBC News Brasil em 2019, afirmou que a relação começou a mudar a partir do planejamento da Usina de Belo Monte, aprovada durante o governo Dilma Rousseff (PT).

Ele também se posicionou contra políticas do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).

A cobrança de Raoni ocorre em meio a outras manifestações indígenas registradas durante a COP30.

Na terça-feira (11/11), um grupo tentou acessar uma área restrita da conferência, o que gerou confronto com seguranças do evento.

*Com informações de BBC News

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