O Brasil ficou em sétimo lugar, um recuo de uma posição em relação ao ano anterior. Segundo o índice, o país enfrenta forte pressão de gangues que disputam territórios, especialmente em grandes centros urbanos.
Um dos episódios mencionados no relatório da ACLED foi a operação policial no Rio de Janeiro, em outubro, contra o Comando Vermelho, que terminou com mais de 120 mortes.
A organização afirma que a fragmentação de grupos armados e a expansão territorial de facções contribuem para a alta de violência registrada ao longo de 2025.
México permanece na 4ª posição com reconfiguração do Cartel de Sinaloa
O México mantém o 4º lugar entre os países mais perigosos, mesma posição de 2024. O índice atribui grande parte da instabilidade à disputa interna no Cartel de Sinaloa, intensificada desde a prisão de Ismael “El Mayo” Zambada, em julho de 2024, nos Estados Unidos.
A ACLED aponta que a reorganização criminosa influenciou o aumento dos homicídios em diversas regiões. Em Sinaloa, por exemplo, os casos subiram 400% em um ano. O país também registrou 360 incidentes violentos contra políticos e servidores públicos, segundo o levantamento.
Equador sobe 36 posições e se torna o 6º país mais perigoso
O Equador aparece na 6ª posição, após registrar crescimento expressivo da violência em 2025. Segundo o índice, a taxa de homicídios poderá ser a mais alta da América Latina pelo terceiro ano consecutivo.
Entre os fatores citados pela ACLED estão:
- conflito entre os grupos Los Lobos e Los Choneros;
- fragmentação das gangues após prisões e mortes de lideranças;
- expansão do país como rota estratégica do tráfico internacional de drogas.
A organização afirma que o governo equatoriano enfrenta dificuldade para conter o avanço desses grupos.
Haiti aparece em 8º lugar em meio à crise política prolongada
O Haiti, em 8º lugar, enfrenta um cenário marcado pela expansão de gangues desde o assassinato do presidente Jovenel Moïse, em 2021. A maior parte das ações criminosas se concentra na capital, Porto Príncipe, mas já alcança outras regiões.
Em 2025, o Conselho de Segurança da ONU autorizou o envio de uma força multinacional com mais de 5 mil integrantes para tentar conter esses grupos.
Militarização não reduz a violência no longo prazo, aponta ACLED
Segundo Sandra Pellegrini, analista sênior da ACLED, o aumento da presença policial e militar pode gerar efeitos imediatos na redução de incidentes violentos, mas não garante resultados duradouros.
Ela afirma que, no médio e longo prazo, a militarização tende a fragmentar ainda mais os grupos criminosos, o que pode impulsionar novos ciclos de violência. A analista também alerta para o risco crescente de abusos cometidos pelas próprias forças de segurança.
De acordo com Pellegrini, mudanças estruturais nas políticas de segurança enfrentam resistência, já que medidas de “tolerância zero” são populares em parte da sociedade e contam com pressão adicional do governo dos Estados Unidos.
Ranking dos 10 países mais perigosos do mundo em 2025, segundo ACLED
- Palestina
- Mianmar
- Síria
- México
- Nigéria
- Equador
- Brasil
- Haiti
- Sudão
- Paquistão
*Com informações de CNN Brasil
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