Estudo mostra que 37% dos brasileiros conectados acreditam que quase tudo sobre eleições é desinformação
O Brasil aparece como o país da América Latina com maior percepção de que as informações ligadas às eleições são falsas. Segundo pesquisa divulgada nesta segunda-feira (22) pelo InternetLab e pela Rede Conhecimento Social, 37% dos brasileiros com acesso à internet acreditam que tudo ou quase tudo sobre o tema é desinformação. A média para a região é de 30%.
Percepção sobre notícias
O levantamento, realizado entre 5 e 14 de julho de 2024 em 19 países, ouviu mais de 6 mil pessoas maiores de 16 anos com uso ativo de redes sociais. A margem de erro é de três pontos percentuais.
A pesquisa não restringe “notícia” apenas à imprensa profissional, abrangendo também TV, rádio, aplicativos de mensagens e redes sociais.
No caso do Brasil, o tema eleições é o que mais desperta desconfiança, seguido pela política em geral. Para 27% dos brasileiros, todas as informações sobre política são falsas, contra 21% registrados na média da América Latina.
Impactos e bolhas de informação
De acordo com Heloisa Massaro, diretora de pesquisa do InternetLab, o Brasil se destaca porque discute o tema das fake news há mais tempo em relação a outros países da região. “O valor é alto, mas faz sentido em um país em que a desinformação passou a ocupar lugar central no debate público”, afirmou.
A pesquisa também indica que, diante da desconfiança, os usuários buscam checar o que recebem. No entanto, a forma como essa verificação acontece levanta preocupação.
Entre brasileiros, 15% apontam a si mesmos como fonte mais confiável para assuntos políticos, além de dar peso à opinião de familiares e amigos.
Segundo Marisa Villi, diretora-executiva da Rede Conhecimento Social, essa prática pode reforçar bolhas de comunicação.
“Ela pode ser, em alguns casos, entender como amigos se posicionam em relação ao assunto, fazendo de familiares e do próprio usuário as pessoas de referência”, disse.
Regulação das plataformas
No cenário regional, quatro em cada dez latino-americanos apoiam algum tipo de regulação das plataformas digitais. Pessoas que se identificam com a esquerda são as que mais defendem regras mais duras, enquanto os que se dizem de direita associam a medida a risco à liberdade de expressão. Indivíduos de centro aparecem mais divididos, mas mais da metade apoia algum tipo de regulação por lei.
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