Comunidade de Benjamin Constant recebe 1ª tradução da Constituição para língua indígena

Capa da Constituição da República Federativa do Brasil, edição do Senado Federal.
Exemplar da Constituição Federal de 1988, base da legislação brasileira. (Foto: Livraria do Senado)

Pela primeira vez, trechos da Constituição Federal de 1988 passaram por tradução da Constituição língua indígena. A versão em idioma tikuna foi entregue na última sexta-feira (12) à Comunidade Santo Antônio, no município de Benjamin Constant (AM). O objetivo é validar a integridade cultural do texto e ampliar o acesso dos povos indígenas aos direitos constitucionais.

A ação integra o programa Língua Indígena Viva no Direito, que busca ampliar o acesso aos direitos constitucionais pelos povos indígenas e estimular sua participação no processo democrático. A tradução priorizou artigos considerados essenciais às comunidades, como:

  • Art. 5º – Direitos Fundamentais;
  • Art. 6º – Direitos Sociais;
  • Art. 20, XI – Terras tradicionalmente ocupadas como bens da União;
  • Art. 49, XVI – Autorização para exploração de recursos em terras indígenas;
  • Art. 231 – Nulidade de ocupações contrárias à Constituição;
  • Art. 232 – Direito de ingresso em juízo com participação do Ministério Público.

Próximas etapas

Segundo o programa Língua Indígena Viva no Direito, responsável pela ação, a tradução da Constituição língua indígena busca tornar os direitos mais claros e estimular a participação democrática das comunidades.

Para os tikuna, que estão entre os maiores povos indígenas da Amazônia, o material também reforça a proteção das tradições culturais.

O projeto prevê ainda a entrega da tradução da Constituição língua indígena em outros idiomas. Na próxima sexta-feira (19), o material será validado pelo povo Kaingang, no Rio Grande do Sul.

Em 16 de outubro, será a vez dos Guarani-Kaiowá, no Mato Grosso do Sul.

O programa

Gerido pelo Instituto de Direito Global (IDGlobal), em parceria com a Advocacia-Geral da União (AGU), o Ministério dos Povos Indígenas e o Ministério da Justiça, o programa tem duração de um ano e orçamento de R$ 900 mil.

A iniciativa atua em duas frentes: tradução de normas jurídicas e capacitação das comunidades sobre legislação e valores sociais.

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