A Amazônia Legal abriga mais de 600 territórios quilombolas e concentra uma população majoritariamente negra e parda, segundo dados do Censo 2022 do IBGE. No Dia da Consciência Negra, celebrado nesta quarta-feira (20), a Central Única das Favelas (CUFA) Amazonas reforçou a relevância histórica e social da negritude na região.
Presença negra na Amazônia Legal
De acordo com o IBGE, 9,9% dos moradores da Amazônia Legal se declaram pretos e 65,2% pardos, o que evidencia que a maior parte da população tem origem afrodescendente.
Um levantamento atualizado pela Coordenação Nacional de Articulação das Comunidades Negras Rurais Quilombolas (Conaq) e pelo Instituto Socioambiental (ISA) registrou 632 territórios quilombolas na região, aumento de 280% em relação ao mapeamento anterior.
No estado do Amazonas, o estudo aponta 2.705 quilombolas distribuídos em sete municípios, reforçando a presença histórica de comunidades tradicionais no território.
CUFA Amazonas propõe reflexão no Dia da Consciência Negra
A CUFA Amazonas destacou que o mês de novembro reúne datas consideradas importantes para pautas relacionadas à população negra e periférica, como o Dia da Favela (4), o Dia Mundial do Hip-Hop (13) e o Dia da Consciência Negra (20).
A instituição afirma que esse conjunto de marcos estimula debates sobre ancestralidade, identidade e desigualdades que atingem comunidades negras na Amazônia. Para a organização, discutir negritude amazônica significa reconhecer processos de formação cultural, econômica e territorial que atravessam a região.
Territórios quilombolas e formação cultural
Os dados apresentados por Conaq e ISA indicam que a formação da identidade amazônica está ligada às contribuições de povos negros, presentes em práticas culturais, culinárias, manifestações artísticas e na resistência de comunidades tradicionais ao longo das décadas.
Esses territórios representam não apenas ancestralidade, mas também formas de organização social e estratégias de permanência em áreas rurais e urbanas da Amazônia Legal.
Cultura, arte e produção periférica
A CUFA Amazonas afirma que a produção cultural periférica segue influenciando diferentes cidades da região, por meio de expressões como o rap, o grafite, as danças urbanas e iniciativas empreendedoras desenvolvidas em favelas e bairros de periferia.
Segundo a organização, essas manifestações evidenciam como a população negra tem participado da construção do presente e do futuro da Amazônia, ampliando narrativas e fortalecendo identidades.
*Com informações do G1 AM
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