Justiça anula processo do caso Djidja Cardoso após falha reconhecida pelo MP

Djidja Cardoso ao lado da mãe Cleusimar e do irmão Ademar em foto de família
Djidja Cardoso (à esquerda), ao lado da mãe Cleusimar e do irmão Ademar (Foto: Reprodução/Redes Sociais)

A Justiça do Amazonas decidiu anular, nesta segunda-feira (22), o processo que resultou na condenação dos réus no caso da morte da empresária e ex-sinhazinha do boi Garantido, Djidja Cardoso.

A medida foi tomada após o Ministério Público do Estado reconhecer falhas na condução do processo e pedir que ele retornasse à primeira instância.

O julgamento ocorreu de forma virtual pela 1ª Câmara Criminal do Tribunal de Justiça do Amazonas (TJAM). Durante a sessão, os advogados de defesa sustentaram o pedido de nulidade, alegando cerceamento do direito de defesa, uma vez que não foram informados sobre a inclusão de laudos periciais antes da sentença.

O voto da relatora, desembargadora Luiza Cristina Nascimento da Costa Marques, acolheu os argumentos.

Condenações anuladas

Os réus haviam sido condenados em dezembro de 2024 por tráfico e associação para o tráfico de drogas, todos com penas superiores a dez anos de prisão. Entre eles estão familiares de Djidja e pessoas próximas à empresária:

  • Cleusimar Cardoso Rodrigues (mãe de Djidja) – 10 anos, 11 meses e 8 dias
  • Ademar Farias Cardoso Neto (irmão) – 10 anos, 11 meses e 8 dias
  • José Máximo Silva de Oliveira (veterinário) – 10 anos, 11 meses e 8 dias
  • Sávio Soares Pereira (sócio da clínica veterinária) – 10 anos, 11 meses e 8 dias
  • Hatus Moraes Silveira (coach da família) – 10 anos, 11 meses e 8 dias
  • Verônica da Costa Seixas (gerente dos salões da família) – 10 anos, 11 meses e 8 dias
  • Bruno Roberto da Silva Lima (ex-namorado de Djidja) – 10 anos, 11 meses e 8 dias

Próximos passos

Apesar de apontar a nulidade, o Ministério Público destacou que há provas robustas contra os acusados, como mensagens de celular e depoimentos que indicam a atuação de uma associação criminosa voltada ao tráfico de drogas.

Com a decisão, o processo será reiniciado na primeira instância, mas o pedido de liberdade dos réus foi negado. A defesa anunciou que recorrerá ao Superior Tribunal de Justiça (STJ) com habeas corpus para tentar reverter a prisão.

“O reconhecimento da nulidade confirma a falta de respeito ao devido processo legal. Agora levaremos o pedido de liberdade ao STJ com base sólida”, afirmou a advogada Nauzila Campos, que defende parte dos réus.

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