O Amazonas foi o estado que mais desmatou a Amazônia em junho de 2025, segundo levantamento do Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia (Imazon). Os dados, obtidos pelo Sistema de Alerta de Desmatamento (SAD), indicam que o estado respondeu por 28% da área total desmatada no período, com 48 quilômetros quadrados.
O município de Apuí, no sul do estado, registrou a maior área de desmatamento entre todos os municípios monitorados, com 24 km². Lábrea (14 km²) e Manicoré (10 km²) também aparecem na lista dos dez municípios com maiores áreas desflorestadas.
“Os números elevados indicam que a vegetação nativa segue sendo destruída em ritmo preocupante e reforçam a necessidade de intensificar essas medidas (de preservação)”, afirmou Larissa Amorim, pesquisadora do Imazon.
O SAD monitora a região por satélites desde 2008, utilizando o “calendário do desmatamento”, que vai de agosto a julho do ano seguinte.
Apesar da liderança no ranking, o Amazonas registrou redução de 18% no desmatamento em relação a junho de 2024.
No acumulado do calendário 2024/2025, no entanto, houve aumento de 11% na devastação comparado ao ciclo anterior.
Além do Amazonas, outros estados da Amazônia Legal registraram desmatamento em junho: Mato Grosso (26%), Pará (25%), Acre (6%), Maranhão (6%), Rondônia (5%), Tocantins (2%) e Roraima (2%). Ao todo, foram detectados 326 km² de desmatamento, contra 398 km² no mesmo mês do ano passado, queda de 18%.
A maior parte do desmatamento (75%) ocorreu em áreas privadas ou em diferentes estágios de posse. Assentamentos responderam por 19%, Unidades de Conservação por 4% e Terras Indígenas por 2%.
O levantamento também registrou aumento na degradação florestal — redução da qualidade da floresta sem remoção total da vegetação. Foram 207 km² degradados em junho de 2025, alta de 86% em relação a junho de 2024, quando o índice foi de 111 km².
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