O Brasil apreendeu 447,09 quilos de ouro ilegal em 2025, segundo dados da Polícia Federal (PF). Desse total, o Amazonas respondeu por 73,71 quilos, o equivalente a cerca de 16% de todo o ouro ilegal apreendido no país, ocupando a segunda posição no ranking nacional, atrás apenas de Roraima.
Os números consideram o período entre janeiro e o início de dezembro e incluem ouro extraído sem autorização, oriundo de áreas proibidas ou transportado com documentação fraudulenta.
As apreensões se concentram majoritariamente na Amazônia Legal, que soma mais de 345 quilos do minério ilegal interceptado neste ano.
Amazonas é o segundo estado com mais ouro apreendido
Além de Roraima, que lidera o ranking com 213,69 quilos, mais de 47% do total nacional, o Amazonas aparece em seguida, à frente de estados como São Paulo, Pará e Rondônia.
Veja o ranking dos estados com maiores apreensões de ouro ilegal em 2025:
- Roraima – 213,69 kg (47,8%)
- Amazonas – 73,71 kg (16,5%)
- São Paulo – 46,74 kg
- Pará – 40,28 kg
- Rondônia – 6,95 kg
- Mato Grosso – 6,45 kg
- Amapá – 4,11 kg
No Amazonas, um dos casos mais expressivos ocorreu no fim de outubro, quando a Polícia Militar apreendeu 72,6 quilos de ouro, avaliados em cerca de R$ 45 milhões. A operação resultou na prisão de seis pessoas, incluindo dois policiais militares e um policial civil.
Apreensões crescem quase quatro vezes em relação a 2024
O volume de ouro ilegal apreendido em 2025 representa um crescimento de 344% em relação a 2024, quando foram interceptados 100,7 quilos em todo o país.
A PF atribui o avanço à intensificação das fiscalizações, ao fim da chamada presunção da boa-fé no comércio de ouro e à reorganização das rotas do crime ambiental.
Segundo as investigações, parte significativa do ouro apreendido no Amazonas tem origem em áreas de garimpo ilegal dentro da própria região, mas também há indícios de circulação interestadual, com uso do estado como ponto de passagem.
Valor ultrapassa R$ 340 milhões
Considerando a cotação internacional do ouro, o volume total apreendido no país em 2025 é estimado em cerca de R$ 348 milhões.
O cálculo leva em conta a conversão do minério para onça troy, padrão internacional de comercialização, e a cotação de US$ 4.385,15 por onça registrada nesta segunda-feira (22).
Combate ao garimpo ilegal
De acordo com a Polícia Federal, o aumento das apreensões também está ligado ao reforço das operações após decisões do Supremo Tribunal Federal (STF) que extinguiram a presunção de boa-fé nas transações de ouro.
Desde então, passou a ser exigida nota fiscal eletrônica, o que dificultou o escoamento do minério ilegal.
Todo o ouro apreendido é encaminhado ao Instituto Nacional de Criminalística da PF, em Brasília, onde passa por perícia no âmbito do projeto Ouro Alvo, que busca identificar a origem geográfica do minério, inclusive se foi extraído de terras indígenas ou áreas protegidas.
Especialistas apontam que o cenário reflete um problema histórico da Amazônia, onde redes criminosas atuam de forma integrada no garimpo, transporte e comercialização do ouro ilegal, aproveitando a vasta extensão territorial e as rotas fluviais e terrestres da região.
*Informações do G1
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